Tenho alguns amigos e outros apenas são conhecidos que gostam ou veem necessidade de sempre que vão falar, escrever ou mesmo conversar de trazer alertas ou mesmo de mostrar o que as atitudes cristãs “menos louváveis” podem trazer para a vida do povo, da igreja, da família e assim por diante. Acho interessante termos mesmo uma visão crítica sobre o andamento da vida da Igreja em nosso país hoje, mas noto que esses, via de regra, sempre tem uma palavra “negativa”, pra condenar, pra mostrar o erro, porém a solução que apontam é quase sempre simplista, não dizem que caminho seguir apenas que caminho não seguir como se essa negação fosse produzir o resultado esperado. A Bíblia sempre faz diferente: quando Deus condena ações de seu povo ele diz o que está errado e aponta a solução para que isso se resolva. Uma palavra de ânimo surte muito mais efeito benéfico para que está “caído” do que um tapa no rosto, porém, alguns, pelo apelo fundamentalista de pensar a vida cristã, creem mesmo que o tapa no rosto é a única opção e assim maltratam em nome de Deus, desgraçam a vida de muitos e no fim ainda sentem como se tivesse “lutado o bom combate e guardado a fé”. Deus não precisa que façamos o trabalho que é dele, internamente em nossa vida através do Espírito Santo. Ele nos colocou um ao lado do outro para EDIFICARMOS a vida uns dos outros. Paulo, sabiamente diz que somos entregues à Igreja como dons que vivem “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.11-14).
Note que não cair pela astúcia dos que induzem ao erro (que é esse o objetivo maior daqueles que são duros, cortam reto e querem brigar por qualquer coisa que pareça ser “errada” aos seus santos olhos!) é a última coisa da instrução: para que isso aconteça é necessário “aperfeiçoamento”, “edificação”, “unidade da fé”, “pleno conhecimento de Jesus”, “perfeita varonilidade”, “estatura da plenitude”… muitas coisas estão acontecendo na nossa vida com o fim de nos levar a estatura de Cristo e essas manifestações inflamadas contra o erro, contra a desgraça, contra tudo e todos não amadurecem ninguém, ao contrário, mantém cativo o pensamento a um Deus IRADO DO CÉU que está a fim de destruir você com um raio se errar (visão grega de Zeus no Olimpo com os raios nas mãos!!).
Eu imagino o quanto Deus sofre com essa visão que temos dele, pois um Deus que se dispôs a ENCARNAR, sofrer nossa vida, tomar sobre si nossos pecados, tirar nossa enfermidade, sarar nossa alma MORRENDO na cruz a morte que nem dele era – e fez isso por AMOR – um Deus assim, RAIVOSO no céu não combina com a entrega de Cristo na cruz.
Encarar o fato de que Deus ficou SATISFEITO com o sacrifício de Cristo na cruz é demais para os fundamentalistas de plantão. Nossa vida deve ser uma resposta ao amor de Deus e não pelo medo gerado de suas flechas. Sempre que me pego pensando nisso Deus fala comigo e me lembra de que quem ACUSA é o Diabo e não ele. Ele vem como perdoador, misericordioso, advogado e assim por diante. Uma vida que reconhece que Deus fez tudo o que devia e que não há mérito nosso nos levará mais para perto dele. Uma vida que reconhece que os fatos, as músicas, as atitudes, as pessoas são apenas seres que lutam contra Deus e que devem ser combatidos só nos levará mais para perto de uma religiosidade vazia, infrutífera e que não dá acesso a Deus.
Quando deixarmos de fazer o trabalho de Deus teremos tempo de sobra para viver a nossa vida e amar as pessoas.
Ame hoje !!!