Fico enojado com atitudes dos religiosos de plantão, sinto repulsa quando vejo que diante da VIDA esses que se intitulam “santos”, “honestos” e que sabem como deve ser a vida de adoração a Deus vomitam suas frases e vociferam como se tivessem sido colocados por Deus para defender a tradição e a família, homens de bem, que não conseguem enxergar na verdade um palmo a frente do seu nariz e ficam envoltos em uma áurea de santidade, mas por trás, uma análise rápida com um psicanalista ou mesmo um conselheiro, traria a luz as trevas que tem dentro da alma.
A Graça de Deus não será entendida NUNCA pela religiosidade vazia e desprovida de vida.
Creio que eu não posso falar que entendi a Graça algum dia. Não sei se nós, seres humanos conseguimos ter esse privilégio de realmente entender a Graça de Deus o o seu amor por nós.
Tento. Tento muito compreendê-la e vivê com a minha miserável vida, miserável homem que sou, que a única coisa que me livra de uma condenação é o sangue de Cristo, por meio dele e por ele e pra ele são todas as coisas da minha vida, mesmo que eu falhe, ele estará ao meu lado, mesmo que eu não o veja, ele está presente, mesmo que eu não consiga, ele me reanima.
Acho interessante como vejo o fermento destes fariseus fermentando a massa da convivência das pessoas, quando julgam sem dar direito a nenhum tipo de defesa, quando manifestam-se somente às escuras, escondidos, nunca face a face, pois não tem coragem do confronto, pois tem muito medo de terem seus pecados expostos, seus pontos de vista debatidos. São filhos das trevas, pois fazem apenas ocultados e envoltos nessa densa névoa do julgamento, da tradição, da religiosidade que exige de todos uma vida santa, reta, ilibada, sem erros, sem considerações humanas. Eles, esses fariseus, são sempre perfeitos. Não erram. Não se desviam nunca. Não se detém diante da misericórdia. Querem sempre o juizo.
Nunca aprenderam as palavras de Jesus, nunca aprenderam a lei que é do amor. Dizem amar, mas não sabem o que é isso. Dizem ser filhos de Deus, mas fazem as obras das trevas e semeam a semente da maldição em nosso meio. São joio no meio do trigo e como Paulo dizia para os crente da Galácia: “decaíram da graça aqueles que querem viver debaixo do regime da lei”. A lei do esforço, a lei da condenação, a lei do julgamento, a lei da morte, a lei que sempre é muito mais importante que a Graça, a misericórida, o perdão.
Não vivo uma Graça barata; tenho consciência de quem eu sou e do que eu faço. Posso dizer como Paulo que o bem que eu quero fazer eu não faço, mas o mal que não quero é esse que acabo por fazer. Não vivo uma ilusão, mas estou sempre com a Palavra de Deus a me enfrentar, de frente, batendo em minha carne, me dizendo onde errei, enfrento os meus erros… pelo menos admito que os tenho, sei que não sou tão correto, sei que não posso me jactar de grande coisa, costumo abaixar a cabeça diante de Deus em oração e me sentir sempre um mísero pecador que precisa demais do socorro constante dele. Não costumo bater no peito orgulhoso de quem eu sou, do que faço, do que não faço. Não tenho orgulho de mim, sei que sou pecador, mas tenho orgulho de Cristo e nele meu orgulho só cresce, pois o seu sangue me purificou de todos os meus pecados – é, todos! Ele me comprou; ele pagou o preço por mim; ele se sacrificou para me dar sua salvação e sua redenção; ele ressuscitou para que eu tenha vida, ah! e me deu essa vida e a deu com abundância.
Não vivo uma Graça que não interfere na minha vida e me deixa viver como um errante por aí, mas vivo uma Graça que vem de encontro com os membros do meu corpo, vem de encontro com a minha mente, com meus afazeres, meus pensamentos, meus sentimentos e o tempo todo Deus age em mim para o meu bem, mas principalmente para que ele seja glorificado também em minha miserável vida.
Não vivo a Graça de achar que sou reto e justo, mas vivo a Graça de saber que fui justificado, considerado justo, por intermédio de Cristo, meu salvador e Senhor.
Fico pensando, se Jesus estivesse em nosso meio, creio que os fariseus de plantão, os santos homens que não tem pecado, com certeza condenaria suas atitudes, suas palavras, os lugares que ele frequentasse, as pessoas com quem conviveria; não aceitariam a sua “teologia” e muito menos a maneira que ele iria querer viver, livre e produzindo liberdade através do conhecimento da verdade, dele mesmo.
Realmente só posso chegar a conclusão de que os fariseus de hoje precisam conhecer a Verdade, precisam conhecer Jesus. Estão em nosso meio, mas não são dos nossos. Estão por aí vociferando sua religiosidade e ódio consumado pelo pecados dos outros, que não conseguem ver as traves que estão atravessando a sua vida.
Que Deus tenha misericórdia de nós, porque ao que parece, os “santos fariseus de hoje” não precisam dela.