Das concepções filosóficas, esta é a que tem um destaque para mim estes dias. Ando pensando muito sobre isso. Preparando alguns materiais, lendo e ouvindo Auri também preparando suas aulas de Psicologia e de Aconselhamento, o termo me parece cada dia mais apropriado para ler nossa realidade.
A palavra, que usamos no português, vem do latim e quer dizer “só mesmo”. A ideia da palavra é que não existe conhecimento a não ser aquele que é meu, minha experiência, minha visão da vida e do mundo. Ou seja, para o solipsista, tudo aquilo que está fora da minha própria experiência é irreal e não pode ser verdade e nem provado.
É um ceticismo avançado, por assim dizer, onde se exige a prática do empirismo a partir das próprias experiências individuais. O mundo é somente aquele que é real para mim, não existe o mundo do outro, pois este não pode ser provado, já que não pode ser experimentado.
Ontologicamente o “eu” é real, o resto é ilusão.
Nestes termos muita coisa se agrega – doutrinas exclusivistas no meio eclesiástico que são “fundadas” a partir de experiência pessoais e nesse caso, o único com “visão” correta do mundo e das necessidades sou o “eu” que passei pela experiência. Eu sou o medidor de validade e da verdade.
Outra coisa que se pode explicar pelo solipsismo é justamente a mania nacional em entender que a única maneira correta de se pensar a realidade é a “minha” – os outros, são puramente inimigos ou demonizados. Daí as brigas homéricas em defesa da fé, em defesa dos direitos, em defesa dos políticos, em defesa de qualquer coisa que cheire, pareça ou mesmo seja a “sombra” de um pensamento que é do outro. O outro é o demônio.
Numa redoma, o solipsismo se impõe como verdade fundante e realidade soberana e re-interpreta a realidade a partir do “eu parâmetro”.
O resto … como dirá o solipsista: não existe !!!