Quer dizer então que a argumentação de muitos cristãos para as questões políticas dentre outras é descer a um nível de baixo calão e achar correta colocar pra fora o que se tem de podre por dentro como forma de fazer o “melhor”?
Desde quando que o movimento da força humana de argumentos e palavras tem tomado na sua vida o lugar do vento do Espírito? Desde quando você se esqueceu das palavras de Jesus que diz que carne (projetos e construções humanas) só produzem carne e não conseguem produzir vida, pois somente o vento (Espírito) pode fazer isso? E quanto Jesus fala sobre estas coisas não está nos incentivando a vivermos de braços cruzados, mas sim, depender do Espírito Santo de Deus para que a vida sopre.
Será que nos esquecemos que não é pela força, mas pelo meu Espírito, como diz o Senhor?
Quando Cristo orienta a que devemos amar aqueles que se opõem diretamente a nós, será que ele pensou que isso só valeria para a sua época? E desde quando amar significa querer destruir? Quando Jesus olhava para um ser humano em sofrimento, quer seja uma prostituta ou um jovem rico, ele os amava, sentia sua dor e não vejo em momento nenhum ele dizendo: vou destruí-los, preciso fazer com que aprendam através da força da minha vida e vou bater tanto neles que terão que aprender que estão mexendo com Deus …
Não … ele foi lá, subiu na cruz e morreu por eles.
Outros argumentam: eu preciso defender os meus direitos. Ah é? E quem defende o direito de tantos que são excluídos? Quer dizer então que você defende os seus direitos e o resto deixa nas mãos de Deus – isso é puramente egoísmo e falso evangelho.
Não me venha com fatalismos determinantes absurdos. Sim, eu sei que Deus é justiça como também é amor, mas esses não são duas parte de Deus e sim que o conjunto faz parte do todo que ele é e a sua melhor manifestação de justiça foi na cruz, onde Cristo morreu por mim e por você antes mesmo que tivéssemos condições de sequer conhece-lo.
Deus sabe o que faz e quando ele nos orienta a amar aqueles que são nossos inimigos ele não estava pra brincadeiras…
Quer dizer então que se você fizesse parte de uma igreja perseguida em países com restrição à vida cristã, o que faria? Iria começar a matar os seus algozes?
Bem, se sua vida é baseada nos seus “achismos” e argumentos pessoais então não passam de força bruta, tenho certeza que sua fé não resistiria a perseguição que muitos de nossos irmãos e irmãs tem passado em diversas parte do mundo.
O dia em que aprendermos a sacralizar menos as coisas e sacramentalizarmos mais as pessoas viveremos um evangelho mais genuíno. Gostamos da verticalidade da relação com Deus, mas abominamos a horizontalidade da relação com o outro – viver o evangelho assim não é viver o evangelho, é criar uma outra forma que não é a de Deus. Vejo como você vive o evangelho não é no tempo que passa dentro das igrejas, cantando, louvando, adorando, dando dízimos e ofertas, mas sim em como se relaciona com as pessoas – é nessa oportunidade que mostramos se somos ou não cristãos verdadeiros.
Cansado de ler tanta coisa doida.