Às vezes penso que nós nos esquecemos de algumas verdade óbvias sobre nós, pois a nossa maneira de enxergar o mundo gira em torno do bem e do mal e nesse dualismo tremendo somos tendentes, mais do que deveríamos, a achar que a vida realmente é assim – uma separação clara do que é bom, do que é ruim, do que é bem e do que é mal.
Para ser apenas simples, esse dualismo que mais parece zoroastrismo, precisa urgentemente sair de nós cristãos.
Lendo um relato hoje no Face, meus olhos pararam em um parágrafo desse relato/desabafo. Leia também:
“Que cultura estamos construindo que nos faz acreditar que há uma “escória da sociedade” e que obviamente não fazemos parte dela?” (Joabe Santos)
Acreditamos nisso?
Olho para homens e mulheres cristãos que parecem realmente acreditar que pertencem a uma casta superior ou mesmo já não deveriam mais ser contados como humanos normais.
Nós, todos, cristãos ou não cristãos, fazemos parte da escória que é a humanidade. Todos fomos gerados em pecado (lembram-se de Davi no Salmo 51.5? “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”). Todos cristãos e não cristãos, temos dentro de nós a nossa natureza pecaminosa.
Nossa natureza
Essa natureza está em todos os seres humanos, de todas as épocas. Todos somos desviados da vontade de Deus por causa do pecado que habita em nós (Isaías 53.6). O apóstolo Paulo chega a falar disso com tristeza, admitindo sua fraqueza e sua escravidão ao pecado (Romanos 7.14). Ele admite que há uma luta dentro de si mesmo que ele não gostaria que acontecesse (Romanos 7.25). Ele também leu o que Salomão escreveu: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Eclesiastes 7.20). Outro apóstolo, o João, também concorda com Paulo ao dizer que “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 João 1.8).
O mais triste em tudo isso é que, quando Cristo nos transporta para o seu reino, através do seu sangue, morte e ressurreição, não perdemos essa natureza pecaminosa – ela continua aí, dentro de cada um de nós, lembrando o tempo todo que somos pó, que somos escória e que é pela pura misericórdia de Deus que ele não nos consome.
Não somos melhores, nem somos diferentes. Paulo ainda dá uma paulada (desculpem o trocadilho) em nossa visão míope de nós mesmos, quando ele pergunta:
“Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:9-12 e 23).
Transformação diária
Creio que a esperança da transformação diária que deve existir no coração de cada cristão deve ser manifestar para ajudar pessoas a mitigarem suas dificuldades consigo mesmas, com o mundo e principalmente com Deus.
O plano final de Deus é que não vivamos mais no pecado (e nem pecando), mas enquanto estivermos carregando essa natureza em nós, como disse João, ainda pecaremos e é preciso que admitamos isso.
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