Como é que eu sei se estou mais preocupado com o Reino de Deus e com a sua justiça do que com “as demais coisas”?
Essa é uma pergunta que me faço TODOS OS DIAS e para a qual não tenho resposta (para mim mesmo) simples e direta.
Vou dar um exemplo para que possamos pensar, já que não é tão simples (pelo menos em minha opinião), é preciso refletir.
Missões
Um missionário, que está em um lugar pregando, alcançando pessoas para Cristo, fazendo o seu trabalho – ele pode estar nesse lugar, fincado dentro de um trabalho missionnário transcultural e ao mesmo tempo estar mais preocupado com “as demais coisas”, porque estas “demais coisas” não passam necessariamente pelo que fazemos, mas em como está nosso coração.
Quais são as motivações que me levam ao campo? Posso responder com facilidade: a vontade de Deus. Ok… mas e o meu coração? O que me leva até aquele momento? Quais são as perguntas e necessidades que temos que responder e corresponder? Quais os desejos que tenho de verdade? Onde está meu coração?
Será que se eu viver para Deus e seu Reino de maneira completamente desconhecida, sem o reconhecimento humano da minha família, dos meus amigos, dos meus pares, da sociedade, da igreja, das agências missionárias, dos que me sustentam no campo etc… será que ainda assim estaria eu envolvido com esta tarefa?
Meu coração
O coração é enganoso demais; minha atitudes conscientes são elaboradas através de algo muito superficial, o que manda mesmo é o que está no fundo e que de maneira inconsciente comanda minhas vontades, meus desejos, minhas ações, minhas reações, meus sentimentos…
Podemos ainda pensar: Ah! eu apenas obedeço e vou lá e faço. Ok… esse é um entendimento muito superficial para uma tarefa que envolve toda a nossa vida (pelo menos é o que eu penso sobre mim).
Jesus
Jesus no Getsemani é uma incógnita para mim: todos os seus desejos estavam ali, sendo colocados diante de Deus e por três vezes ele fala com Deus sobre afastar o cálice. A dor, a responsabilidade, o peso, as circunstâncias da sua morte, o abandono… creio que tudo estava ali naquelas orações que ele fazia. Ele enfrenta a vergonha total, o abandono completo, o morrer sozinho, a dor física, mental e espiritual da crucificação, o julgamento, a não “boa fama” (afinal, morreu no meio de criminosos) e tantas outras questões humanas, mentais, espirituais, físicas, divinas etc que o acompanharam que nem mesmo temos noção.
Sei que meu coração é diferente demais do de Jesus, sou pecador. Por isso, minha tendência não é fazer a vontade de Deus, mas a minha.
É aí que não sei mais dizer sobre a resposta diante do Reino e das demais coisas: meu coração é enganoso demais!
#Lidorio #ReinodeDeus #Pecado #Meucoração #Reflexão