Dentro de cada um de nós, cristãos, existe uma necessidade que deve nos levar ao desejo de compartilhar nossa fé. Alguns mais e outros menos. Por isso é importante conversarmos sobre a evangelização em meio à nossa humanidade e nossos medos.
Muitas vezes tentamos esconder essa necessidade e (usando um termo da psicanálise) acabamos recalcando (escondendo bem no fundo e até mascarando) essa necessidade.
Não é fácil
O ato de evangelizar (compartilhar nossa fé) não é algo fácil para ninguém.
Temos medos e eles são reais: o que vão pensar de mim? Será que vão me achar antipático? E se me compararem com outros que tem uma vida cristã diferente da minha? Será que vou perder amigos com isso? Tenho vergonha, nunca falei com ninguém sobre isso. E se eu não souber responder a questões difíceis? Acho que é o pastor/a (ou o missionário) que deve fazer isso, o máximo que posso fazer é levar alguém lá na igreja. Estas e outras frases podem muito bem caber em várias situações nossas.
Dons
Sei que existem pessoas que tem dons (falarei sobre isso mais tarde) que o impulsionam normalmente a compartilhar a fé, a falar de Jesus, a alcançar pessoas, mas a grande maioria de nós não é assim.
Encontrei um amigo certa vez, que me perguntou sobre isso e disse (dele) que não conseguia evangelizar e que sabia que Deus o perdoaria por isso, pois afinal ele era apenas humano e essa é realmente uma limitação humana; como ele não tinha o dom para isso, então não se preocupava mais com esse tipo de necessidade.
Não consegui responder para ele na hora que me falou, mas aquilo me impactou e depois pensei mais sobre isso, porque sobre mim mesmo vinha sempre o espírito de abatimento com esta questão da evangelização.
Hoje sei que isso (essa dificuldade) não reside no fato de sermos humanos, pois, o mais humano entre nós (Jesus) lidava muito bem com isso e então, parece a mim, que quando mais humanos formos, quanto mais nos conhecermos e compreenderemos nossas limitações, seremos melhor usados por Deus em seus propósitos, pois, o “poder de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza” (2 Co 12.9), ou seja, é nessa condição de humanos que seremos palco da atuação de Deus, pois ele agirá em nós, por nós e através de nós por causa da sua graça que nos basta.
Às vezes fico pensando que nós compreendemos errado esse negócio de sermos mais parecidos com Jesus. Parece que queremos entender que Deus nos quer mais parecidos com o Jesus divino, mas nada está mais longe da verdade. Deus nos levará a sermos mais parecidos com o Jesus humano.